Anestesia

Anestesia:
Privação mais ou menos completa de sensibilidade geral,ou da sensibilidade de um órgão em particular,produzida quer por uma doença,quer por um agente anestésico.
(Dicionário Priberam da língua portuguesa)
Comecei a pensar nesse termo após duas aulas de Marketing na sexta-feira,enquanto meu professor falava, comecei a escrever sobre esse termo.As pessoas são anestésicas,algumas absurdamente.
Várias vezes me pego sentindo algum cheiro que me lembra algo,mas não consigo descobrir o que é.Ás vezes não lembramos de coisas matérias,apenas sentimentos.
Quando sinto cheiro da planta Dama da noite me lembro das noites quando era criança e jogava vôlei ou bets na rua ou quando chegava da igreja (obs. não sou religiosa,ia por obrigação).
O cheiro de erva doce lembra o travesseiro da minha mãe.
Ouço a música Trindade do Neto Trindade e me recordo da virada de ano em 2007 em Trindade,uma praia maravilhosa no Rio de Janeiro,na verdade me lembro do que senti naquela praia.A sensação de liberdade,sem relógio,sem celular,os banhos gelados altas horas da madrugada.
Lembramos não dos objetos e sim, do que aquilo nos proporcionou.Quando fazia faculdade de História em uma pesquisa que fiz sobre o meio de transporte público,bonde no século XVI,entrevistei um senhor que me disse que quando via um fotografia de bonde ele se lembrava de sua esposa,porque eles se conheceram em um bonde.Na verdade ele não se lembrava do bonde, mas os sentimentos que o bonde proporcionou.
Trazendo isso para a aula de Marketing para meu professor não ficar chateado, afinal, escrevi isso na aula dele, se uma pessoa que actua no mercado com Marketing ou Publicidade pensar e sentir esse lado anestésico das pessoas,vai conseguir atingir o ego do público alvo.
Geralmente nos momentos anestésicos lembramos quem fomos, consequentemente lembramos aonde queremos chegar ou pelo menos o que não queremos para nossa vida.
Quando me perguntam por que não quis lecionar História, antes de responder me lembro de um dia no ônibus voltando para casa sentou do meu lado uma senhora que começou a tricotar e começou a contar sua vida, por coincidência ela era professora do Estado.
Aquilo me fez ver o que não queria para minha vida, fiquei apavorada me imaginando com quarenta e poucos anos tricotando em um ônibus.
A profissão de educador é uma profissão linda e agradeço aos meus professores por terem me aturado, mas não foi isso que sonhei quando era criança.
Aquilo me despertou e me fez lembrar aonde quero chegar.Pode ser que por ironia do destino eu lecione,mas isso só no próximo capítulo.

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