Aqueles desejos

Meu corpo está cansado. Não é preguiça, apenas uma vontade de ficar deitado por mais algumas horas. Podem ser as noites frias dos últimos dias. Não é desânimo, tenho vontade de fazer mil coisas, principalmente àquelas que não consigo realizar com muita freqüência. Quero me cansar de ouvir canções que um dia me emocionaram, mas sequer sei o nome. Entrar na matinê do cinema e só sair depois de assistir a dois ou três filmes sem culpa. Comer pipoca com manteiga derretida, tomar Coca-Cola. Esquecer um pouco das minhas responsabilidades: conversar sem ter hora para ir dormir ou acordar no meio da madrugada e perceber que adormeci no sofá da sala. E caso perca o horário, não haja cobranças desnecessárias. Reunir a turma de amigos, os mais especiais, em plena terça-feira para jogar baralho, comer pizza e não falar em assunto de trabalho. Passar um dia todo de pijamas e meias sem lembrar-se das últimas tendências de moda. Tomar banho quente, e se possível fosse, ficar debaixo d’água até que todos os problemas escorressem pelo ralo. Depois colocar o pijama e deitar na cama olhando o teto e rindo. Momento de localizar aquele amigo de infância e saber como ele está. Boas surpresas podem ocorrer nesta busca. Um pouco da nossa história também está nessas pessoas do passado. Saudade de algumas delas. Vontade de entender por que outros se afastaram, sumiram ou simplesmente deixaram de olhar para o mesmo horizonte. Foi-se o tempo que a felicidade estava em plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Tudo isso só acontece de verdade se você estiver convencido de suas convicções.

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