Rede



“talvez não exista pior privação, pior carência, que a dos perdedores na luta simbólica por reconhecimento, por acesso a uma existência socialmente reconhecida, em suma, por humanidade.”
(Pierre Bourdieu)

No livro Vida para o consumo de Bauman, ele descrever que lançar um site de rede social é como “abrir o mais novo bar na área nobre” (só por ser o mais novo, uma casa brilhando de tão nova ou recém-reformada e reaberta, esse atrairia uma multidão “até que murchasse o que aconteceria com tanta certeza quanto à chegada da ressaca no dia seguinte”, passando esses poderes magnéticos ao “próximo mais novo” na eterna correria para ser “o point mais quente”, o ultimo “assunto do momento”, o lugar onde “todo mundo que é alguém precisa ser visto”).

O ser humano precisa satisfazer sua necessidade real, urgente ou generalizada, e qual será essa necessidade?

Cada indivíduo busca suprir sua carência ou vazio de alguma forma e muitos as suprem expondo suas vidas em sites de redes sociais, como Orkut, Twitter e até mesmo os blogs expõem seu “eu interior”, usam o site como um confessionário.

E nesse ciclo há uma oferta e uma procura, a mercadoria negociada é a própria pessoa, que se vende por algum valor, usam as melhores tecnologias, os variados meios de comunicação para melhor negociar seu produto.
São os mesmo tempo, o produto e seu agente de marketing, os bens e seus vendedores.
Todos que acessam essa rede serão “rotulados” e conseqüentemente iram “rotular”, você vai ser rotulado pela forma como expõem seu “eu interior”, como expõem sua vida diante do público.
Seus “fregueses” serão atraídos pelo diferencial do “produto” comercializado.


É complicado descrever o ser humano como mercadoria, enquanto escrevo caio em contradição comigo mesma. Tenho os meios de comunicação citados a cima,escrevo nesse blog e me vendo como todos, por um valor. Vendo imagem, padrões, opiniões.
O mundo está se tornando uma grande rede, todos os dias somos “bombardeados” por informações, que algumas vezes são demasiadas. Acredito que quanto maior for ficando essa rede, maiores serão as doenças psicológicas que atingirá a humanidade, e o “cabo de rede” ou “wireless” que “conecta” uma pessoa a outra será cada dia maior.

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